quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016


Completar uma meia maratona talvez seja o grande passo para se consolidar como corredor. Afinal, provas de 5 km e 10 km exigem treinamento, mas é a partir dos 21 km que o atleta precisa aumentar a dedicação ao esporte – caso contrário, pode não conseguir cruzar a linha de chegada no dia D. Rogério Carvalho, head coach da assessoria esportiva Endurance Sports, propõe 21 passos (um por quilômetro de prova) que vão ajudar você a concluir sua primeira meia este ano.

  1. Tenha vontade
    “Antes de qualquer coisa, é preciso realmente querer correr provas longas”, afirma Carvalho. “Atendendo a essa condição, já é meio caminho andado, pois fica mais fácil treinar com dedicação, empenho, disciplina e comprometimento.”
  1. Cuide da saúde
    Fazer um check-up médico, de preferência passando por uma avaliação cardiovascular e musculoesquelética (além de exames básicos, como hemograma, colesterol, urina e glicemia), é uma medida de segurança para saber que sua saúde está em dia e seu corpo está apto a suportar uma prova longa. Isso é importante para garantir que o esporte vai trazer só benefícios. Veja mais na reportagem Antes de correr, vá ao médico.
  1. Busque orientação
    Procurar um treinador ou uma assessoria esportiva especializada vai guiá-lo da melhor forma ao longo dos meses de preparação. “Os profissionais vão cuidar da elaboração dos treinos, da avaliação e do controle do desempenho do atleta periodicamente”, explica Rogério. Com isso, o perigo de lesão diminui e seu crescimento no esporte acontece de forma natural.
  1. Acumule informação
    Nutrição, treino, tênis, fortalecimento, postura, respiração… No SUA CORRIDA você vai encontrar reportagens sobre tudo o que precisa saber para evoluir na corrida. Construir um repertório de conhecimento é essencial para completar os 21 km (e qualquer distância que quiser) com tranquilidade e segurança.
  1. Converse com os mais experientes
    Procure saber como outros corredores se hidrataram durante a corrida, que tipo de suplementos utilizam, a respiração que funciona melhor, entre outras coisas. Cada atleta é diferente e a maioria das escolhas é individual. Mas conhecer como usar na prática todo o conhecimento adquirido é um caminho para minimizar problemas quando for sua vez de estrear na meia.
  1. Escolha sua prova
    Definir qual meia maratona você deseja disputar é fundamental para que o técnico consiga planejar seus treinos com antecedência. Eleja uma que permita, pelo menos, três meses de preparação – levando em consideração que você já segue uma rotina de atividade física. Saber de antemão se o local é mais frio ou quente em relação ao que você está acostumado, qual é a altitude e o percurso, entre outros detalhes, também pode influenciar seu desempenho na competição.
  1. Saiba o que comer
    Contar com o apoio de um nutricionista esportivo vai ajudá-lo a planejar a alimentação no dia a dia, antes e depois dos treinos e no dia da prova. Isso também vai contribuir para se manter no peso ideal – assim como eliminar ou ganhar alguns quilos, caso precise –, aprender sobre os nutrientes essenciais para quem pratica esporte e receber prescrição de suplementos para aprimorar a performance.
  1. Descanse o suficiente
    “Reservar um day off na semana é chave para o organismo se recuperar, assimilar o treinamento e garantir desempenho melhor”, comenta o treinador. Conte com o profissional para saber quando encaixar o descanso na rotina de treinos.
  1. Fortaleça os músculos
    Não dispense as sessões de fortalecimento muscular (com musculação, treinamento funcional, pilates) em dias intercalados com os de corrida – de acordo com Rogério Carvalho, dois dias de treino complementar são suficientes.
  1. Respeite seu corpo
    Dores, fraqueza e cansaço são sinais que o corpo envia de que alguma coisa não está bem. Se acontecer com você, converse com seu treinador. Pode ser que sua carga de treino esteja pesada demais, por exemplo. Fazer ajustes na rotina é comum e necessário para garantir uma evolução saudável no esporte.
  1. Mantenha a motivação
    Cheque o calendário de corridas na sua cidade e inscreva-se em algumas provas de distâncias menores que 21 km a fim de se manter estimulado e ganhar autoconhecimento.
  1. Saia da zona de conforto
    Decidir correr uma meia maratona pela primeira vez já é uma forma de se desafiar. Mas tente praticar isso também durante os treinos. Nesse caso, o papel do treinador é fundamental para estabelecer metas e motivá-lo a superar seus limites.
  1. Confie no seu treinador
    Se ele disse para correr 12 km no treino do sábado, corra 12 km no treino do sábado. Nada de querer aumentar a distância, o que pode gerar um desgaste excessivo e, consequentemente, desencadear uma lesão que pode acabar atrapalhando sua estratégia. Caso a tentação seja diminuir o volume de corrida, converse antes com o professor para, talvez, substituir o treino ou compensar em outro dia.
  1. Tenha dois pares de tênis
    Alterná-los nos dias de treino ajuda a conservar as propriedades de amortecimento, o que se reflete em segurança e rendimento na corrida. Aproveite e escolha um deles para acompanhá-lo na estreia nos 21 km.
  1. Treine com a roupa da prova
    Teste em treinos longos o que pretende vestir no dia da competição. Camiseta, meia, short, top, viseira, boné, óculos de sol e, claro, o tênis podem parecer confortáveis, mas acabar incomodando depois de alguns quilômetros rodados. E você não quer que nada atrapalhe sua concentração e desempenho, certo?
  1. Relaxe!
    Correr 21 km é um grande feito. Mas ficar bitolado só vai alimentar as expectativas e pode acabar prejudicando seu resultado. Aposte em atividades que tragam bem-estar e tranquilidade – uma massagem, seu hobby preferido, aulas de ioga, meditação – principalmente nos dias que antecedem a meia. Isso vai reduzir o estresse e a ansiedade pré-prova.
  1. Administre a vida
    O esporte é importante, mas não dá para deixar a vida social e profissional de lado a fim de se dedicar aos treinos. “Isso pode resultar em estresse físico e psicológico”, avisa Carvalho. Organize a agenda para encaixar tudo – treino, trabalho, amigos, família – e evite auto cobrança exagerada caso não consiga dar a atenção que gostaria a algumas dessas áreas.
  1. Estude o percurso
    Subidas, descidas, curvas, condição do piso… Conhecer os 21 km que vai percorrer é importante para definir sua estratégia de prova e se sair bem.
  1. Converse com seu mestre
    O treinador é um mentor, não há por que ter vergonha de compartilhar tudo com ele. Se o treino foi muito puxado ou fácil demais, compartilhe com ele. Todo feedback dado vai servir para a elaboração dos treinos de modo que você não pare de evoluir.
  1. Não desista
    A preparação para correr uma meia maratona não é simples e muita gente acaba abandonando no meio do caminho. Mas lembre-se que o treino é a parte mais difícil. A ideia é preparar seu corpo para a prova, que, seguindo um planejamento adequado, tende a ser o momento mais fácil e agradável dessa empreitada.
  1. Divirta-se!
    Depois de tanto empenho, você merece curtir o momento. O mais provável é que esta será sua primeira de várias experiências nos 21 km!
Fonte: Sua Corrida

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

5 dicas nutricionais para corredores

As dicas nutricionais para atletas que correm precisam estar relacionadas a uma alimentação balanceada. É importante que ela forneça energia constante, para que eles consigam ótimo desempenho em suas provas. No dia a dia dos corredores, a nutrição deve ser a mais balanceada possível, pois o organismo precisa de um aporte maior de nutrientes devido à grande demanda exigida durante os treinos e as provas. Para ajudá-los nessa tarefa vamos apresentar algumas dicas nutricionais importantes no artigo abaixo.

A alimentação essencial para um corredor

Vale lembrar que as dicas nutricionais para os atletas diferem quanto às suas atividades físicas. A principal característica da corrida, por exemplo, é a necessidade de explosão muscular para impulsionar a largada, fornecendo um fluxo constante de energia aos músculos durante todo o percurso. Sendo assim, as dicas para os corredores são específicas, principalmente, devido a esse aspecto metabólico.

De qualquer maneira, os atletas são diferentes entre si e possuem necessidades nutricionais divergentes. Por isso, é importante o acompanhamento de um especialista (médico ou nutricionista esportivo), que poderá avaliar e constatar as reais necessidades de cada atleta.

Carboidratos

Os carboidratos devem ser consumidos em maiores quantidades no pré-treino (ou pré-prova) e, também no pós-treino (ou pós–prova). No caso de atletas que participam de meias maratonas (21 km) e maratonas (42 km), a ingestão desse nutriente também se faz necessária durante o percurso (em forma de gel) para evitar o acúmulo de ácido láctico e o catabolismo muscular.

Nos momentos em que o corredor não estiver treinando, o consumo de carboidrato deve ser mais moderado e equilibrado com todos os outros nutrientes: proteínas, lipídeos, vitaminas, etc.

A preferência deve sempre ser de fontes naturais de carboidratos: batata-doce, grãos integrais (pão, arroz, macarrão, aveia, gérmen de trigo, entre outros) e frutas, principalmente a banana.

Embora o fornecimento de energia seja a caraterística principal desse esporte, uma estrutura muscular nutrida e fortalecida é fundamental para o bom desempenho nas provas e treinos bem como proteger as articulações dos joelhos e dos tornozelos, que sofrem grande impacto na corrida.

Proteínas

As proteínas magras devem fazer parte de todas as (seis) refeições diárias do corredor, pois ela acelera o processo de recuperação e regeneração muscular.

As melhores fontes deste nutriente são as de origem animal: peito de frango, peixes de água doce (filé de tilápia, salmão, atum e sardinha sem ser conservada no óleo), carnes vermelhas magras (filé de patinho e carne de porco), ovos e leite.

A ingestão de suplementos proteicos, como a caseína e whey protein, são fontes de proteína de alta qualidade.

Gorduras boas

As gorduras boas também não podem faltar da alimentação do corredor, pois são responsáveis pela síntese hormonal e importantes funções metabólicas. As melhores fontes deste nutriente são as castanhas e nozes, além do abacate e do azeite extravirgem.

Verduras

Verduras e legumes também devem figurar nas refeições, uma vez que são fontes naturais de vitaminas e minerais.

Água

Hidratação, sempre! Água e mais água! Essa é a regra para todos, mas principalmente os atletas. A ingestão ideal de líquidos deve estar em torno dos dois litros diários, que podem ser aumentados nos dias de calor intenso. Após os treinos e provas, o uso de bebidas isotônicas é indicado.

Os erros que todo atleta deve evitar

Uma atitude errada pode colocar toda a preparação para uma prova em risco, portanto, atente-se às práticas que podem prejudicá-lo:
  • Não hidratar-se corretamente;
  • Correr em jejum “para emagrecer”: a prática não emagrece, incentiva o catabolismo muscular e diminui o desempenho;
  • Não ingerir carboidrato durante treinos e provas longas;
  • Não ter uma alimentação pós-treino;
  • Excluir uma categoria de alimentos da dieta por medo de engordar;
  • Suplementação incorreta.
As dicas nutricionais para corredores são capazes de aumentar suas performances e manter seus organismos sempre saudáveis e com um aporte nutritivo adequando para promover energia e força para suas provas. Agora é a sua vez! Conte para a gente nos comentários quais são suas indicações para antes dos treinos e provas.

Por que não devemos fazer o mesmo treino todo dia?

“Eu corro 10 km todos os dias!”, disse um corredor ao ser indagado sobre sua rotina de treinos.


Ao ouvir aquilo pensei: “10 km todos os dias? Sério? Não varia o estímulo?” É bem provável que nem mesmo mude o percurso, que treine no mesmo horário, no mesmo parque, na mesma direção, na mesma duração ou o que é pior, a cada “treino” tenta melhorar seu tempo.

Se temos a ciência por trás do treinamento da corrida e um dos pilares que são os princípios do treinamento esportivo, por que não obedecer e respeita-los?

Um dos mais respeitados autores no assunto, o alemão Jürgen Weineck publicou em 1989 esses princípios – a base estrutural do treinamento em busca do aprimoramento da performance.

Alguns princípios são óbvios e nem sempre respeitados por quem pratica algum esporte:
  1. Princípio da individualidade biológica
    Como exemplo: Diz respeito a diferenças físicas que existem entre Usain Bolt (recordista mundial dos 100mts) e Wilson Kipsang (recordista mundial da maratona). Impossível inverter as posições e se tornarem recordistas de modalidades tão distintas. Trazendo para nossa realidade, nem sempre estamos aptos biologicamente a realizar alguma tarefa esportiva com excelência. Devemos respeitar e descobrir qual melhor modalidade que devemos praticar.
  2. Principio da ContinuidadeEste princípio é diretamente associado ao principio da adaptação, já que continuidade ao longo do tempo é fundamental para o corredor se adaptar de forma progressiva. Muitas vezes e podemos falar em muitas mesmo, corredores descumprem essa regra. Interrompem por alguma razão a sua rotina de treinos e ao retornarem querem realizar as mesmas tarefas antes executadas, como exemplo, correr 10 km no mesmo percurso e mesma duração.
  3. Principio da variabilidadePronto! Chegamos onde queríamos:“Quanto maior for a variação dos estímulos, maiores serão as possibilidades de se atingir uma melhor performance.”
Certa vez observei um professor prescrevendo um treinamento aeróbio para um aluno de academia e ele disse: “3 vezes por semana você irá correr de 20 a 30 min na esteira com a frequência cardíaca entre 60% a 70%”

Mas espera ai! Repetir isso sistematicamente? E o principio da adaptação? Adaptou e agora? E o principio da sobrecarga? Sempre nessa duração? E cadê o principio da variabilidade?

Temos muitos métodos para aplicar no treinamento de corrida, mas alguns corredores insistem e acreditam que só “rodar”, “rodar” através do método contínuo os deixarão melhores e desta forma fogem ao preceito que diz que quanto maior for a variação dos estímulos, maiores serão as possibilidades de se atingir uma melhor performance.

Temos que sair da mesmice, variar os treinos, eles estão ai para serem usados:
  • Farlek: determina que o atleta poderá correr de acordo com sua disposição, variando velocidade, duração, plano como subidas, descidas e até mesmo tipo de terreno (asfalto, grama, areia, terra).
  • Intervalado: segundo o mesmo Weineck, podemos inclusive ter duas variações dentro deste próprio método. Intervalado Intensivo e Intervalado Extensivo.
  1. Intensivo (200 a 700 m) – a grande maioria dos corredores conseguem realizar todas essas distâncias em até 3 min, o que caracteriza o treino como anaeróbio.
  2. Extensivo (800 a 1.200 m) – a grande maioria dos corredores conseguem realizar todas essas distâncias acima de 3 min, o que caracteriza o treino como aeróbio.
  • Ritmo ou Tempo Run: o corredor deverá correr de maneira fracionada em distâncias relativa a prova-alvo e em ritmo pré-determinado.
  • Contínuo: Corrida realizada sem interrupção, onde os componentes da carga volume, intensidade e duração são menores em relação ao método contínuo longo, exceto a frequência semanal
  • Longo: Corrida realizada sem interrupção onde os componentes da carga volume, intensidade e duração são maiores em relação ao método contínuo, exceto a frequência semanal.
Tanta variação e não variamos nada? Ou sim, variamos mas ainda não sabemos controlar direito! O treinamento de corrida realmente é complexo e entender que estamos planejando a rotina de treinos de maneira correta é preciso muita coerência e bom senso, além de muita ciência.

Vamos exemplificar uma variação de treinos ao longo de uma semana e como determinar as distâncias e intensidades para cada treino:
  • Contínuo: realizado em menor intensidade (velocidade), menor volume (distância) e uma freqüência semanal maior que o treino longo.
  • Longo: realizado em maior intensidade (velocidade), maior volume (distância) e uma freqüência semanal menor que o treino contínuo.
  • Ritmo ou Tempo Run: realizado em velocidade igual a pretendida na prova alvo e distâncias fracionadas também próximas a distância da prova, somente durante o período específico de treinos. No período de base não utilizamos esse método.
  • Intervalado extensivo:  realizado em maior intensidade (velocidade) que o método ritmo, com distâncias variando entre 800 a 1200 m. Repetindo-se em menor número de repetições do que o método intervalado intensivo.
  • Intervalado intensivo: realizado em maior intensidade (velocidade) que o método intervalado extensivo, com distâncias variando entre 200 a 700 m. Repetindo-se em maior número de repetições do que o método intervalado extensivo.
Regra: dias pós e pré treinos longos ou intervalados sempre será obrigatório uma folga completa (off) ou apenas um treino leve de rodagem (contínuo).

Agora podemos responder a pergunta inicial de maneira diferente.

– Quantos quilometros você corre por dia?

– Depende! Para cada dia um treino diferente, velocidades diferentes e distâncias também diferentes.

Fonte: Corrida No Ar

Obs: Texte apenas copiado do site fonte!!!